Exploring the biblical theology of Christian egalitarianism

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Débora e o argumento de que “não havia homens disponíveis”

Deborah prophetess Bible 1 Samuel 25 Débora profeta Barak

Débora, pintura em aquarela por Sarah Beth Baca.
Usado com permissão do artista. Todos os direitos reservados.
Impressões podem ser compradas aqui.

This article was first published in English here.

INDISPONÍVEIS, INDISPOSTOS, INADEQUADOS?

Um dos argumentos perenes das pessoas que têm problema com Débora sendo a líder de Israel é que Deus provavelmente só permitiu que ela fosse a líder, porque não havia homens que estivessem disponíveis, dispostos ou aptos para aceitar o trabalho.

Deus não escolheu Jonas porque ele estava disponível e disposto. De fato, Jonas estava relutante em obedecer a Deus indo à cidade pagã de Nínive. Ele até tentou fugir de Deus (Jonas 1:3). Assim, parece que a falta de disponibilidade ou disposição de uma pessoa não é obstáculo para Deus ao escolher alguém como ministro ou líder.

Não sabemos por que Deus escolheu Jonas para ser seu porta-voz e instrumento para provocar o arrependimento de Nínive. Podemos apenas supor que Deus o escolheu porque ele era a melhor pessoa para a tarefa. Da mesma forma, parece que Débora foi a melhor pessoa para a tarefa de liderar Israel em seu tempo, e assim Deus a levantou para salvar Israel de seus inimigos (Juízes 2:18).

PAPÉIS E QUALIDADES DE LIDERANÇA DE DÉBORA

O fato de Débora ser uma mulher não é especialmente destacado no texto, e não há a menor insinuação, em qualquer lugar da Bíblia, de que seu gênero seja um problema. Pelo contrário, os israelitas reconheceram sua autoridade. Eles vinham a ela, sempre que queriam justiça e orientação, para seu assento ao norte da encruzilhada de movimentadas rotas comerciais no centro de Israel (Juízes 4:5).

Ao contrário de muitos dos outros juízes, Débora fez um ótimo trabalho como líder e profeta. Débora foi um porta-voz efetivo de Deus, e sua liderança profética se estendeu ao comando de Baraque, o general do exército (Juízes 4:4-6). Barak respeitava Débora, confiava nela e seguia suas ordens (Juízes 4:6,8). Débora, ela mesma, não se coíbe de entrar na zona de guerra (Juízes 4:9-10). E, como resultado de sua liderança, Israel teve paz por 40 anos (Juízes 5:31).

Além disso, as palavras de Débora foram registradas na Bíblia, no capítulo 5 de Juízes, e assim elas têm o testemunho das Escrituras.

ESCOLHA DE DEUS E CHAMADA DE LÍDERES

O argumento de que Deus escolheu Débora para ser líder de Israel porque não havia homens disponíveis ou adequados não é apoiado pelas Escrituras. Deus escolheu usar a profetisa Hulda para aconselhar a delegação masculina do rei Josias, embora houvesse profetas do sexo masculino, incluindo Jeremias e Sofonias, disponíveis na época (2 Reis 22:11-20 / 2 Crônicas 34:14- 33).

Além disso, não querer, não estar disponível ou sentir-se inadequado não são impedimentos para o chamado de Deus. Moisés, Gideão, Saulo e outros personagens da Bíblia eram, como Jonas, inicialmente relutantes em seguir o chamado de Deus.

No entanto, havia líderes masculinos em Israel na época de Débora. Havia nobres (Juízes 5:13), príncipes (Juízes 5:2, 9, 15), guerreiros (Juízes 4:6, 14-16) e outros que voluntariamente se ofereciam sob a liderança de Débora.

“Quando os príncipes de Israel tomarem a liderança, quando o povo voluntariamente se oferecer – louvai ao Senhor!” O cântico de Débora e Barak, Juízes 5:2 (NVI).

Embora houvesse líderes masculinos, Deus escolheu Débora. Ele a escolheu para ser uma “mãe em Israel” (Juízes 5:7), uma matriarca na comunidade de seu povo, uma contraparte feminina dos patriarcas.[1]

Deus ainda está escolhendo usar certas mulheres para liderar seu povo. Precisamos ter cuidado para não julgar a escolha de Deus ou as razões de sua escolha, por causa de nossos próprios preconceitos. Além disso, precisamos ter cuidado para não ficarmos no caminho de mulheres piedosas e talentosas que Deus está chamando hoje para o ministério como líderes.

NOTAS FINAIS

[1] Deborah Menken Gill, The Female Prophets: Gender and Leadership in the Biblical Tradition (dissertação de doutorado, Fuller Theological Seminary, 1991), 31.
Dra. Deborah Gill também é co-autora de um excelente livro com a Dra. Barbara Cavaness intitulado Mulheres de Deus–Então e Agora, onde elas fazem as seguintes declarações pertinentes: “Considerando que o domínio de Sansão foi confinado a uma tribo, a autoridade [de Débora] “transcendeu as divisões tribais” (Kindle 685-686). E também: “O ofício religioso mais antigo do Velho Testamento não era o sacerdote, mas o profeta” (Kindle 703).

© 28 de junho de 2012, Margaret Mowczko
Traduzido por Orlando Paulo Correia Reimão

Mais artigos em português aqui.

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